domingo, 26 de agosto de 2007

SEMÂNTICA PERSECUTÓRIA (cont. 39)


CONDOLÊNCIA, SAUDADE E…

Escrevo este Post com tremideira nos dedos e lágrimas nos olhos.

(...)

Ó Meu filho: - “pressinto perigo naquilo em que te estás a meter…”.

Talvez Minha Mãe, mas a “razão e a verdade estão do meu lado por isso vou à luta até às últimas consequências…”.

Mas olha que eles “são poderosos, estão próximo do Poder, manuseiam os seus tentáculos e podem usá-lo – ilegitimamente – contra ti…” (…) Não és mancebo nestas coisas “mas sabes que a eles pouco importa a Verdade e a Justiça”.

Eu sei Minha Mãe e “mas espero vencê-los não dentro do território deles, mas sim na Justiça Livre, no Tribunal, por isso já angariei um Advogado…”.

Mas nunca te esqueças que eles “vão usar tudo o que têm e mesmo o que não têm contra ti. A eles sai tudo de borla enquanto tu terás de pagar cada acto, cada diligência…”

Eu sei e disso estou consciente mas não cabe no meu ser a resignação contra quem me violou e ultrajou”.

(…)

Recordo com saudade estes diálogos que fervilham diariamente na minha mente.

Ocorreram durante a “Semântica Persecutória”.

Recordo-os com saudade, dor, mágoa, luto e condolência…, mas simultaneamente são eles que me dão “força”, “perseverança” e “fé” na luta pela Verdade.

Embora não tenha “dotes de adivinho”, sou capaz de “arriscar” que o que me estava a acontecer repercutiu-se na minha família. Qualquer tese sobre a interpretação de Sofrimentos Reais por certo que não descurará que os fragmentos de angustia, de comoção e de dor são sentidos pelos entes queridos do afectado.

Arrisco dizer que houve transferência “fisiopsicológica” da situação por mim vivida para os meus Progenitores.

Porque os pais sofrem com a dor dos filhos.

No decurso de três meses o Meu Pai foi objecto e vitima de dois AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o deixaram cronicamente debilitado e fragilizado, principalmente na parte direita do corpo incluindo membros, ficando com restrita capacidade de locomoção.

Entretanto Mr. Placebo assiste a tudo isto sem nunca pronunciar uma única palavra de condolênca ou solidariedade, quando os regulamentos mandam-no cuidar dos problemas e anseios dum subordinado que servia sob as suas ordens.

(…)

Corria o quarto dia do mês de Julho do ano de 2006 quando a semântica persecutória atinge um dos seus picos de prepotência: “MR. PLACEBO PUNE O ARGUIDO COM PENA DISCIPLINAR”.

(…)

Durante dias e semanas ocultei o facto da família, mas seria impossível mantê-lo indefinidamente.

E, quando o mês de Agosto atinge o seu 5.º dia, aquando da conversa semanal que troquei com a minha mãe comuniquei-lhe que fora punido.

Esta, sem deixar escapar as lágrimas, respondeu-me com a segurança e saber dado pelo conhecimento da Universidade da Vida: “vês como se confirmou tudo o que eu dizia…”. “Cabrões, Filhos da Puta…”.

"Meu filho, conta com a ajuda da tua mãe para tudo o que vieres a fazer ou a ter necessidade de fazer".

"Eu sei", obrigado mãe.

Encerramos a conversa acordando um almoço de família para o dia seguinte.

(…)

Madrugada do dia 6, “triim, triimm, triiimmm…”, burburinho e alvoroço em casa do Arguido.

A causa era a inesperada, indesejável e súbita no som gravado do telemóvel ouço (ainda hoje ouço o eco límpido) a voz do meu sobrinho “TIO VENHA IMEDIATAMENTE PARA CÁ POIS A AVÓ FALECEU…

(…)

Estou capaz de arriscar que a comoção foi a gota de água que fez transbordar o balde emocional e este a falência cardíaca…!? O antecedente de dor e sofrimento, a exaltação nervosa e a sensação de impotência consumiram-lhe os nervos, com um estado emocional cronicamente afectado a notícia da “represália” deverá ter sido a gota que faltava e que fez explodir o que restava de intacto na sua sanidade psíquica, física e emocional.

Esvaiu-se a meio da noite, precisamente no dia em que acordáramos um repasto familiar…

Não. Não fui almoçar com ela. Quis o destino que lá fosse não para a ver com vida mas tão só para ajudar a colocá-la no Esquife Residencial Perpétuo.

(…)

A actualidade é cruel.

Dentro de dias, Mr Placebo vai ser promovido a (general) jubilado.

Este regime é mesmo assim: jubila-os.

Deus sabe, e eu também, que tal vai ser uma decisão “Altíssimamente Justa” dado o despotismo vigente: geral e particular.

Corolário do Esterco eis Mr Placebo com patente de general; um facto que produz efeméride para quem deixou um rasto de lixo à sua passagem. Um ser esquizofrénico disciplinar e criminalmente: "não se eximiu de devassar a correspondência privada" para punir um subordinado (QUE AINDA POR CIMA SÓ DISSE A VERDADE), manda entregar de forma formal e sob notificação um "documento falsificado", no papel de detentor do poder disciplinar usa de "memória selectiva" (em processo disciplinar, apenas se lembrou que decidira oralmente sob um alegado pedido de escusa do Oficial Instrutor do processo, quando o Arguido lhe reclamara da ilegalidade disso não constar nos Autos, nem disso ter sido notificado), e muito muito mais... um rol de violências, ilegalidades disciplinares e criminais, um rasto de prepotência que ainda hoje é visível, etc.

Eis porque uma patente com um cadastro destes- CUJO EXERCÍCIO DE COMANDO DEVERIA MERECER UMA SINDICÂNCIA - merece o "generalato" pois claro... tudo porque Deus sabe e eu também que o diagnóstico é este e está certíssimo: Portugal vive um regime de esterco.

Onde estão as Autoridades Públicas?

Onde estão os Órgãos de Superintendência?

Onde estão os Poderes de Sindicância?

Onde param as Inspeções-Gerais?

- Todos sabemos que "materialmente" não existem; são pagas e pronunciadas – apenas para cumprir o formalismo da mentira – não passam de Parangonas.

(…)

Hoje, apesar dos estragos da luta, estou capaz de dizer que me teria acobardado, vergado à prepotência e ao ultraje, caso “adivinhasse” que isto me iria acontecer com os meus pais.

Confesso que hesitei se deveria ou não escrever este Post.

Decidi fazê-lo em razão do Respeito pela Metade da vida do meu pai e pela Memória da minha falecida mãe.

Continuarei a lutar contra a maldade, agora com a força Moral que as circunstâncias “fortaleceram” demais a mais porque sei que onde quer que ela esteja “continua a ajudar-me”.

Até já


8 comentários:

fotógrafa disse...

Sei...uma mãe pode morrer de dor, sim!!!
N sei que diga perante a crueldade de mais este acto selvagem, executado por essa mente perversa...
Palavras n chegam para definir a exaltação que sentimos nestes momentos...
o silêncio...só o silêncio perante esta trágica noticia,pode enviar-lhe o sentimento que a minha alma ousa sentir por mais esta revelação...
Estarei por aqui sempre, a dar o meu contributo de força, como pessoa e cidadã cosciente, nascida também nesta terra, tão bonita e boa, mas tão sofrida...

fotógrafa disse...

...não tenha duvida, onde quer que a sua mãe se encontre, ela estará a vigiá-lo e a enviar-lhe a força que precisará,para vencer esta sua batalha!!!
n desista, reuna a sua força e a força daqueles que a si se quiserem juntar na luta contra a falsidade e canalhice!!!
n desista, o pior mal que lhe poderiam fazer...está feito!!! com os seus progenitores atingidos, essa é a força,para que nem que seja em memória da sua mãe e pelo sacrificio das dificuldades com que o seu pai se debate...agora e mais que nunca, tem que ir até ao fim, e de certeza que a luta contra o mal será vencida, não tenha duvida...
Um abraço de solidariedade

fotógrafa disse...

consciente,peço desculpa

Paulo disse...

Ainda que a lealdade, a disciplina, o sentido da hierarquia - de valores e de funções - sejam virtudes estimáveis e necessárias em qualquer tipo de vida organizada, pode dizer-se que, em relação à sociedade militar, às Forças Armadas, essas virtudes hão-de considerar-se consubstanciais; quero com isto dizer que sem elas não é possível conceber sequer a existência de Forças Armadas; ou ainda: que não é concebível um militar que, na sua vida profissional como na sua vida privada, não cultive essas virtudes no mais alto grau, não as viva consubstancialmente, com a mesma naturalidade com que respira. Fora deste quadro - como ainda me recorda uma definição célebre - «Não há vida nem força militar: há exércitos de parada ou hordas organizadas para a pilhagem».

Actualmente, em que «estado» se encontram as virtudes e qualidades militares?
É um diagnóstico que urge fazer, penso...

Abraço
Paulo Sempre

Anónimo disse...

Os meus sinceros pêsames.

Anónimo disse...

paulo sempre:

nos dias que correm virtude e qualidade militar de certeza absoluta que não existem... e a existirem, são sem sombra de dúvida suportadas nos ombros de bravos como o Viriato e outros que vão sendo detidos e perseguidos por fazerem o trabalho que é RESPONSABILIDADE dos oficiais generais deste Exército... defender os interesses dos seus subordinados.
E como já tinha dito... tudo se paga...

fotógrafa disse...

voz a 0 db:
A lei de causa e efeito existe...por isso, é como dizes...TUDO SE PAGA!!!

Paulo disse...

Há outros "gritos"...
"Excelentíssimos Senhores
Em boa verdade nem eu próprio sei como classificar o teor desta carta. Os Senhores lhe darão a classificação que entenderem. RECLAMAÇÃO? LAMENTO? PEDIDO? REVOLTA?
REVOLTA pela maneira como eu e mais uns milhões de portugueses fomos enganados nas promessas eleitorais do Senhor 1ºMinistro. Se V. Ex.ª tivesse dito que ia tirar, em vez de dizer que dava, não estaria certamente no lugar que ocupa. Enganou-me, tirou-me e continua a tirar-me porque eu sou um dos elos mais fracos e a quem é mais fácil chegar, fácil e cómodo. Pertenço à classe dos militares reformados, a classe a que o Governo chama funcionários públicos dando-lhe nitidamente a conotação, que havia antigamente, do chamado manga-de-alpaca. V. Ex.ª faz-me lembrar o indivíduo alcoolizado que chega a casa e desata a bater na mulher e nos filhos que é quem tem mais à mão e em quem é mais fácil, descarregar as iras. V. Ex.ª fá-lo em relação aos mais necessitados pois, como há dias disse publicamente o Sr. general Garcia Leandro, é um escândalo o que se paga a membros de certos cargos. Mas esses estão salvaguardados, com o futuro bem garantido porque parece que são intocáveis, se calhar por pertencerem às mesmas famílias políticas que têm constituído os governos. Quero informar que não sigo em rigor nenhuma linha política mas, de facto, nunca esperei vir a ser tão humilhado e enxovalhado, na qualidade de velho militar de carreira e agora votado a quase completo abandono e desprezo por parte do Governo. REVOLTA por constatar que V. Ex.ª, Senhor 1º Ministro, não gosta de nós, nós que lhe demos a possibilidade, em 25 de Abril de 1974, de agora estar no Governo com todas as prerrogativas de fazer o que muito bem entende. REVOLTA pela maneira como funciona o serviço da ADM ao qual eu tenho pleno direito mas que parece ser um favor que me está a ser concedido. Classificou de privilégios os direitos adquiridos ao longo dos anos e que o Governo, abruptamente, entendeu retirar como medida absolutamente populista, aliás como é apanágio do Senhor 1º Ministro e que é anunciar coisas que caem bem na opinião pública mas alheando-se, ou fingindo que não percebe, que tem TODOS os ramos de actividade do país em protesto. LAMENTO porque anui de alma e coração aos ideais do 25A, do MFA, não enjeitando porém, a honra de ter participado na guerra do Ultramar, em que se dizia, então, na defesa da Pátria. Cumpri como me competia e é com orgulho que ostento nos meus documentos condecorações e louvores. E V. Exª onde estava? Sabe o que foi ser militar nesse tempo? REVOLTA por agora ser tratado como lixo que já não presta e que se deita fora com o maior despudor e indiferença. A ADM, integrada no IASFA, não dá conta do recado, fruto de uma alteração forçada no sistema de saúde para a qual ninguém estava preparado. Veja-se o que se passa no Hospital da Força Aérea ao qual recorro. Para marcar algumas consultas é preciso ir para a Porta de Armas às 5 ou 6 horas - (no dia 6 éramos cerca de 60 pessoas) - Foto n.º 2 - esperar que o sentinela nos deixe entrar às 7H30, esperar depois à entrada do edifício - Foto n.º3 para às 7H45 entrar então para a sala - Foto n.º4, onde se começam a tirar as senhas e depois às 8H30 começarem as marcações que, não raras vezes, já não se conseguem. Mesmo as que se conseguem são, em média, para daí a 2 meses. Em Gastro só há um médico a dar consulta; sabe-se que não há ordem para contratar médicos para substituir os que se vão embora, como sucedeu recentemente em Urologia. Houve um médico que me disse que ia deixar de dar consulta e quando lhe perguntei o que seria dos doentes respondeu com a maior descontracção - "isso é problema da Força Aérea" .É este o apoio que os reformados militares têm, depois de anos e anos a servir o País? Já nos retiraram as comparticipações que tínhamos nos medicamentos, dizem que sou aumentado mas há dois anos que recebo menos dinheiro ao fim do mês. V Ex.ª, Senhor 1º Ministro, costuma dizer que é natural que ninguém goste de perder privilégios. E o Senhor gosta? Se não, porque se serve deles? Como acha que era um privilégio o que os militares tinham vou só lembrar-lhe um episódio. Quando V. Ex.ª teve o acidente, nas férias na Suíça, e precisou de ser intervencionado recorreu ao hospital da sua zona de residência? Foi para a Porta de Armas do Hospital da Força Aérea, como eu, para marcar consulta? Não. V. Ex.ª beneficiou do privilégio e foi imediatamente atendido. Só por curiosidade gostava de saber, além de não ter tido o incómodo de estar junto de mim na rua, ao frio ou à chuva às 6 horas, qual o cartão que o credenciou e qual a taxa moderadora que pagou. Sim, porque que me conste o Senhor não é e julgo que também não foi militar, portanto estará ao nível de beneficiário da ADSE. Também o posso informar que o Senhor, quando foi operado, passou à minha frente que aguardava vaga havia cerca de um ano para também ser operado a um joelho. E porquê? Por ser 1º Ministro? Mas o Senhor, tal como todos os outros membros do Governo são pagos por mim e pelos outros contribuintes, portanto não têm o direito de atropelar quem lhes paga. Como V. Exas. calcularão esta carta, bem como as fotos, vai circular na Internet e pode ser que alguém resolva faze-la chegar à comunicação social. Eu não o faço por vergonha, pois basta ver o meu orgulho ferido quando os autocarros da Carris passam junto ao H. da F. A. e se nota que alguns passageiros fazem chacota ao ver aquela gente ali, na rua, na sua maioria velhos como eu. È este o " reconhecimento " do Governo que, ao invés de se orgulhar e compensar os velhos militares de carreira os humilha desta maneira? PEDIDO, que V. Exas. sejam breves nas represálias que pretenderem exercer sobre mim. É que vou a caminho dos 74 anos; já fui operado 17 vezes; já nada cá ando a fazer; já não tenho quem dependa de mim; já nada me importa em termos de futuro e, se demorarem muito tempo, já não lhes darei o prazer de me verem espernear de raiva, de dor, de sofrimento e de arrependimento por ter ajudado à possibilidade de V. Exas. me enxovalharem como têm feito. Mais uma vez evoco as palavras do Sr. General Garcia Leandro: "Isto tem que mudar "e não seria boa imagem para o seu ego ter que fazer como o outro que, em desespero, incendiou Roma para mostrar o seu poder.
Respeitosamente
Carlos Sousa da Silva Nuno
Sargento-Chefe OPCOM/Reformado"
(http://luisalvesdefraga.blogs.sapo.pt)

Abraço