sábado, 31 de julho de 2010

bancos, desemprego, justiça: ou seja mais do mesmo

Recentemente subiu à superficie do conhecimento coisas e loisas que mais parecem ter saído do horizonte da ficção.
1. Os bancos, aqueles mastruços que pela calada da noite extorquem dinheiro aos clientes, e que dizem ter passado nos testes de stress (julgo eu, por terem falsificado a informação), apresentam - sem pingo de pudor ou vergonha nacional - lucros desmesurados, ainda por cima com pompa e circunstância mediática.
Os portugueses não dizem, porque não têm voz, mas pensam como é possível isto ocorrer quando o país está na miséria, quando milhões de concicadãos passam fome, estes os esfomeados são obrigados a ouvir que os "ladrões" apresentam lucros?
Lucro, que estranha forma de designar o roubo.
Os bancos roubam os cliente, a palavra está semanticamente correcta, pois é sabido que, alegando tratar-se de despesas de manutenção, invadem as contas pessoais dos clientes para lhes extorquir dinheiro. E fazem-no ao arrepio do humanismo, da civilidade e da democracia. Fazem-no apresentando um descarado despudor e uma falta de respeito e de solidariedade, abusando dos fracos e protegendo os fortes.
Dizem-nos que, por lei, nas contas com movimento médio até 1500 euros podem roubar 6 euros por mês e nas contas com movimento entre 1500 e 3000 euros o roubo é reduzido em cinquenta por cento (3 euros por mês).
Como se tal não fosse de si andrajoso e imoral, dizem-nos ainda que AS CONTAS COM MOVIMENTO ACIMA DOS 3000 EUROS NÃO SÃO OBJECTO DE QUALQUER DESPESA DE MANUTENÇÃO, estas escapam ao furto.
Que coisa estranha num país que se diz democrático e humanista.
Na verdade todos sabemos que Portugal não é um país materialmente democrático, conforma apregoa ao vento a constituição, pois se o fosse então o procedimento deveria ser o simétrico isto é exactamente o contrário do que é feito ou seja as contas com rendimentos acima dos 3000 euros deviam pagar uma taxa elevada, a~s intermédias uma simbólica e as pequenas (registe-se que são a maioria dos portughueses) deviam estar isentas.
Isto sim seria um procedimento humanista e solidário.
Se quem pode pagar fica isento e quem não pode é forçado a pagar, então estamos perante uma propsa ditatorial e não num modelo de sociedade democrático.
Enfim

2. Todavia, enquanto isto ocorre, ouvimos os afilhados do regime - sim, os mesmos, sempre os mesmos, as mesmas caras que todos os dias aparecem à mesma hora para falar sobre os mesmos assuntos: os cançoneteiros da maldade - apregoam aos sete ventos que o país está em crise e que a unica forma de a atacar é obrigar os portugueses (não o dizem mas sabemos que se referem aos portugueses honestos) a sacrifícios e mais sacrifícios.
Cabe aos honestos, aos cidadãos exemplares, aos que cumprem os seus deveres, o dever emergente de salvar as contas púbvlicas.
Sorte de cão.
Cabe agora, como sempre coube, apenas porque estamos num país de má fé, aos mesmos de sempre tapar as falhas dos aldrabões de sempre.
Sorte madrasta esta de ser português honesto.
Os peritos chamam-lhe déficit, eu chamaria incompetência.
Mas aqueles delfins de meia tijela, aliás agentes pagos para tal tarefa, não se cansam de assustar os portugueses bradando o perigo só para cobrir as costas dos governantes abrindo o caminho mental para estes de seguida aplicarem as furtivas e fustigantes medidas.
O que é curioso é que ambos (delfins traidores e governantes pérfidos) sabem que a causa da catastrofe vem de outro azimute e não dos portugueses, especialmente daqueles a quem a mensagem é dirigida: aos honestos.
Sabem mas, por conveniência pessoal e cumplicidade sistemica, omitem-na aos portugueses a quem se dirigem e querem atingir. É sabido que a dívida fiscal, isto é a receita que o Estado não cobra aos desonestos, daria pagar cobrir o déficit.
Ora se a receita não cobrada, por conduta desonesta, daria para evitar que os honestos fossem obrigados a pagar em duplicado, então - e se Portugal fosse governado por gente solidária e leal ao povo - veríamos o Estado não a demonstrar incapacidade em atacar o problema e em perseguir os desonestos, mas sim activo e consistente na perseguição dos desonestos e dos recalcitrantes.
Se assim fosse veríamos o Estado não a atirar-se com toda á furia sobre os honestos, ou seja aqueles que sempre cumpriram com as suas obrigações de cidadania, e sim a perseguir os caloteiros e maus compatriotas.
E que fácil seria atacar o mal.
Trata-se de um caso de interesse nacional. Há interesse nacional que todos os cidadãos sejam honestos e como assim cumpram as suas obrigações para com a comunidade; logo os que não o são, os desonestos, os que se cagam para o interesse nacional e são descaradmente desleais devem ser tratados como "criminosos" e não como simples incumpridores.
E bastaria este pormenor semântico para atacar com verdade o problema, ou seja o estado não recupera a divida ao fisco porque não tem coragem (nem interesse) em ajustar a semantica penal. Dadas as circunstâncias, tenho para mim que quem foge ao fisco comete o Crime de Delinquência de Alta Traição à Pátria, e ponto final.

3. Ahhhhh, a justiça pois claro.
Esta semana foi pródiga em acontecimentos jurisdicionais. O país ficou a saber que o nosso primeiro ministro é FORMALMENTE inocente pelo crime de corrupção e tráfico de influências.
E mais não digo, a não ser aquilo que sempre disse quando o assunto se chama corrupção. Dado que a corrupção, em Portugal, atingiu um grau orgânico, deixou de ser uma delinquência localizada para se transformar num fenómeno epidémico, repito o que sempre disse sobre o assunto: hoje em dia só conheço um sítio onde não há corrupção: ONDE AINDA NÃO FOI DESCOBERTA.

4. ~Fazendo um rewind mental direi que a prepotência apoderou-se do poder no preciso momento em que este destruíu o único contraditório que vigorava em Portugal e lhes fazia frente: as FP-25.

2 comentários:

Anónimo disse...

A situação apontada não nos admira, porque os governantes são os principais culpados da mesma.
Hoje as FA não são, nem podem ser o espelho da Nação, mas antes, sim, o seu exemplo, porque esta Nação, ou quem dela faz uma coutada, dá, só a alguns, o que deveria ser de todos. As FA têm que continuar a ser o derradeiro garante da coesão Nacional, cidadania, segurança e igualdade entre os cidadãos:
"As Forças Armadas e os elementos que a compõem, têm feito um esforço de democratização e isenção, que não tem sido compreendido nem acompanhado, por alguns agentes do Estado, nomeadamente governantes que não têm feito o mesmo esforço para lidarem com elas" (Gen.Gabriel E.Santo-in Revista Militar).

É aos militares que viram desfeiteados os ideais so 25 de Abril ou aos seu sucessores ou ao povo, que compete clarificar a situação.

Porque o respeito pela FA e a sua missão indeclinável, parecem estar a perder-se, não admira que alguém se lembre do escalrracho que foram as FP 25!...

Anónimo disse...

Vejam esta petição online

http://www.peticaopublica.com/?pi=impostos