quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ó DR. GARCIA PEREIRA: O REI VAI NU

Hoje o país ouviu o Dr. Garcia Pereira dizer que no inquérito às praxes praticadas no Colégio Militar houve uma “sabotagem organizada” por parte das chefias militares e responsáveis.
As televisões fartaram-se de ecoar a “novidade”.
Pois devo dizer que nada disto é estranho ou sequer novidade para mim, há anos que não me canso de denunciar a hipocrisia reinante no seio do Exército Português onde “vegeta” uma hierarquia incapaz de viver e conviver com o contraditório (e como assim ignorando os mais elementares princípios do direito e da razão), que estimula a subserviência, a competição sem freio, inculca o medo (jogando com o poder de influenciar a carreira).

Os militares do Exército de Portugal são tratados “abaixo de cão”. Os actos administrativos e disciplinares são tão imorais como no tempo da inquisição (ou mais recentemente do PREC).

Cometem-se irregularidades e atropelos impensáveis num país pertencente à EU.

Afirmo, com conhecimento e consciência de causa, e por minha honra que não é de agora que a “sabotagem organizada” existe, por aqui não existe facto novo; a novidade é a sua notícia, a divulgação publica.
Antes fosse o contrário mas infelizmente não é.

No Exército Português a hierarquia age a “seu belo prazer, a favor ou contra a lei” porque sabe que não existe “superintendência” dos seus actos ou omissões. Basta ver o que aconteceu com o Estatuto do Trabalhador Estudante onde um coronel-comandante andou durante 4 anos a violar a lei da república, incluindo a sagrada constituição e no final o que aconteceu: PROMOVIDO A GENERAL, enquanto os lesados foram votados para a sarjeta da indiferença.

No vector descendente a linha é a “ameaça” – expressa ou velada – de prejudicar a carreira; no vector inverso vigora o medo mesclado com a “raiva” dos impotentes.

Mas, e se o Dr. Garcia Pereira ou o Dr Procurador-Geral se dessem ao cuidado de promover uma auditoria às decisões administrativas e disciplinares produzidas e fixadas pela hierarquia militar, o mínimo que iria acontecer a ambos quando o resultado chegasse seria “corar de vergonha”.

Eu afirmo que no Exército Português o direito à reclamação e ao recurso só tem propriedade formal, mais nada. As decisões são fixadas em completo fingimento prático, decorrem da necessidade de saciar o formalismo”, nada mais. O corporativismo é a regra e o secretismo funcional solidifica-a, mais vezes do que seria desejável vê-se o decisor, quando chamado a dirimir entre uma mentira de um superior hierárquico (queixado) e uma verdade dum inferior (queixoso), a inclinar a decisão em favor daquele.

Não sou, nem nunca fui apologista da violência mas há limites para tudo, como diz o provérbio.

Sem medo e a bem da verdade

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro eterno Arguido... penso o o Dr. Garcia não conhece esta história... pois se conhecesse era para ele uma mais valia pois sabia com quem se está, e bem, a meter... e mais importante como lidar com isso!